X-Women: uma crítica à desigualdade de gênero em quadrinhos

Heidy Cristina Boaventura Siqueira, Marcelo Brito

Resumo

As HQ’s, por apresentarem uma união entre as linguagens verbal e não verbal, têm uma maneira própria de construir a narrativa e podem ser compreendidas como um meio de analisar de forma crítica a realidade social. É possível pensar a sociedade a partir das HQ’s, não como meros reflexos, mas como partes constitutivas, uma vez que dão novas significações acerca dos acontecimentos de determinado momento histórico. Nesse contexto, as HQ’s podem ser um instrumento de denúncia contra as forças opressoras que compõem e subjugam a sociedade. A princípio, espelhando a sociedade machista, as mulheres apareciam nos enredos somente como vítimas das maquinações dos vilões, ou tinham um papel secundário, auxiliando o super-herói masculino, aguardando a sua libertação por um homem. O nascimento das primeiras super-heroínas das HQ’s se confunde com a história do movimento feminista em solo estadunidense. Nessa perspectiva, a presente pesquisa se justifica por analisar a HQ dos X-Men, primeira revista da Marvel Comics a apresentar super-heroínas, x-women, em papéis de grande destaque, ressignificando as questões de desigualdade de gênero. A partir do exame dos comportamentos das personagens Jean Grey e Tempestade, demonstrar-se-á a crítica ao patriarcado. Os estudos têm sido desenvolvidos por meio de pesquisa bibliográfica e documental.

Palavras-chave

Desigualdade de gênero; HQ’s; X-Woman.

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