Encruzilhadas Epistemológicas: entre o Bem e o Mal no padê de Exu

Natália Pereira Fonceca

Resumo

As associações das narrativas pertencentes ao campo das culturas e religiões de matriz africana, são objetos —ainda no século XXI—, de preconceito e de ressignificação como algo denominado impróprio, sujo e demoníaco. Estas associações míticas, provocam a invisibilidade do povo preto e de sua trajetória, ao mesmo tempo, em que o avanço científico e tecnológico busca a erradicação de paradigmas e o ressarcimento de dívidas que a nação brasileira tem com o seu povo. Para que o propósito de (re)construção de uma identidade nacional democrática seja atribuída com  credenciais válidas para os povos considerados marginais, é necessário uma revisão nas articulações de análises no campo científico que possibilite caminhos mais livres na incorporação de epistemologias apropriadas nas proximidades dos saberes populares, assim como, na revisão das noções de bem e mal que podem promover grandes mudanças nos fenômenos pertencentes à política do ódio, disseminados ao longo dos Terreiros e Casas de Santos, bem como, os adeptos das religiões de matriz africana dispostos em todas as regiões do país.

Palavras-chave

Religiões de matriz africana; Epistemologias; Exu; Interdisciplinaridade

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