Em nome das minorias: Lampião da Esquina e as outras representações possíveis

João Lenon Siqueira Pereira

Resumo

Durante o período de redemocratização no Brasil inúmeros personagens surgiram na cena pública. Ouvia-se as vozes de diferentes sujeitos lutando por direitos coletivos e individuais e disputando espaço a partir da afirmação de suas identidades. Nesse sentido, as chamadas minorias sociais organizavam seus instrumentos de representação para que seus modos de ser e estar no mundo fossem reconhecidos e respeitados. Assim, surgiu o jornal alternativo Lampião da Esquina (1978-1981). Declaradamente homossexual, o impresso assumiu a luta dos grupos injustamente discriminados e abordou temáticas também ligadas às mulheres, aos negros e aos indígenas. A pretensão deste artigo é apontar o jornal como um veículo onde as representações construídas sobre as minorias se contrapõem a um histórico de violência e silenciamento, tornando possível uma outra compreensão a respeito desses sujeitos e suas demandas. A partir dos estudos de Pierre Bourdieu e Roger Chartier sobre o conceito de representação, é possível identificar o jornal como um campo fértil para a construção da história do tempo presente seguindo a voz das minorias através de um instrumento que é também uma ferramenta política.

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