Greve dos Caminhoneiros: representações sociais sobre os manifestantes

Ricardo Cortez Lopes

Resumo

Levantamentos bibliográficos apontaram que o mundo já assistiu dez greves de caminhoneiros desde a primeira delas, ocorrida em 1932, nos Estados Unidos da América. A que aconteceu mais recentemente no Brasil, em 2018, foi a penúltima e produziu uma crise no abastecimento. A greve durou nove dias (21/05 a 30/05). Pesquisamos a imagem construída publicamente sobre os caminhoneiros grevistas. O estudo incidiu sobre comentários de internautas realizados em sites de notícia e foi composto por 50 postagens, classificadas por meio das categorias /caminhoneiros/, /governo/ e /sociedade/. Algumas representações sociais preliminares dão conta de que ou os caminhoneiros foram considerados ou (1) "herois" por se levantarem contra o governo corrupto ou (2) "vilões" corporativistas por repassarem seu prejuízo para o sistema tributário brasileiro. Nas argumentações dos internautas, entreve-se certa "economia espontânea", tal qual ocorre com a sociologia espontânea, a segunda sendo a interpretação do senso comum sobre fenômenos sociais. Essa economia espontânea se caracterizou, nas ideias expressas na nossa análise, pela interpretação das ações dos motoristas baseada no elencamento da correlação determinística (muitas vezes espúria) de variáveis de origem econométricas.

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