Personificação Social: a construção do “Eu” nas interações humanas da vida cotidiana

Resumo

O objetivo deste ensaio está centrado em analisar de forma clara, concisa e objetiva, as percepções de Erving Goffman em sua obra prima, intitulada “A Representação do Eu na Vida Cotidiana”. As noções básicas aqui colocadas partem do entendimento das estruturações que envolvem as interações sociais entre o indivíduo e a sociedade. Tais pressupostos levam em consideração o processo de socialização na vida cotidiana, enquanto sociabilidade (intersocialização) nas interações face a face da vida social. Para compreender esse processo de interação, Goffman trabalha com a capacidade de representação do indivíduo, onde por meio de papéis e fachadas, a partir dos quais as relações sociais são construídas. O autor toma como apoio fundamental, as noções de representações teatrais e princípios dramatúrgicos para desenvolver sua tese central. Portanto, o modelo teórico de análise social do autor parte das noções diversificadas, das representações do eu e do outro, ao quais os indivíduos experimentam ao longo de sua vida como ser social, mecanismos distintos de reinvenção, expressão, manipulação, identificação e autorreconhecimento, para comporem a estrutura social complexa das relações sociais na vida cotidiana. A ideia de personificação remete à capacidade de construção de uma realidade simbólica de indivíduo, visando um fim específico para as suas ações, ocorrendo ao longo da interação ou reservada para a satisfação pessoal do indivíduo. De toda forma, a personificação do eu é indissociável do indivíduo.